O que é um Stalker - parte I

10 junho 2014
Lembram-se deste post?

Na altura não queria falar muito sobre o assunto porque nem sabia muito bem o que iria acontecer, mas passado um mês a história continua.
Nunca pensei encontrar na vida alguém assim ou ter de passar por uma situação como esta. Todos nós já nos cruzámos com alguém que não sabe aceitar um não, que não aceita que o contrariem, que não sabe lidar com a frustação da vida. Mas quando isto adquire contornos doentios, toda a situação atinge um outro nível. Raros são os dias em que os media não falam sobre alguma mulher que foi vítima de violência por parte do ex-namorado ou do ex-marido. Muitas de nós abanamos a cabeça, sentimo-nos consternadas, mas seguimos com a nossa vida. Não nos conseguimos aperceber do quão assustador pode ser, até que nos acontece a nós.
Não se trata de um ex, nem nada que se pareça. Apenas alguém com quem me cruzei, com quem troquei algumas palavras e pensei "quem sabe um dia possamos vir a ser amigos". Mas mais nada. O rapaz engraçou comigo de tal maneira que não consegue perceber que não estou interessada.
É dificil ter de colocar "no papel" estas situações. Inicialmente pensei que apenas tinha encontrado alguém muito carente, com poucos amigos e que queria à força ser meu amigo. A maneira de estar na vida dos dois é muito diferente, pelo que a definição de amizade também se demonstrou ser muito diferente. Nunca fui de colocar de parte pessoas que são mais solitárias, ou mais carentes, ou simplesmente diferentes de mim. Acho que todos nós somos diferentes, todos nós temos coisas boas e coisas más, todos nós merecemos uma oportunidade. Mas da mesma maneira que respeito a maneira de ser e de estar dos outros, espero que respeitem a minha. 
O envio de sms começou a ser mais do que frequente, redes sociais nem se fala. Cobrava o não responder, cobrava o não lhe dar a atenção que queria, cobrava o não ser a amiga que ele desejava. Inicialmente tentava explicar-lhe que estava a exagerar, que assim não dava, que eu tinha uma maneira de estar diferente, tudo de uma maneira suave, para não magoar. Percebi que não ia longe ao ser simpática. Fui má. Fui muito má. Maltratei-o como nunca fiz com niguém (nunca pensei ter esta veia de bitch em mim). Só servia para vir pedir desculpas e dizer que ia mudar, que me ia respeitar mas que eu não podia deixar de falar com ele. Durava 2 ou 3 dias e voltava ao mesmo. Passei a ignorar. O desespero por parte dele aumentou e consequentemente as sms. Ao fim de umas semanas nisto, resolvi comentar o assunto com algumas pessoas numa tentativa de alguém ter uma ideia luminosa que me ajudasse a mandar o rapaz seguir a sua vidinha. Todos diziam "Ignora que isso passa". Até que alguém me disse "Não! Não ignores! Isso é o começo de stalking." Não sabia muito bem o que era, achei que associar o termo ao que me estava a acontecer era puro exagero. Até que comecei a receber flores no meu local de trabalho. Quando se diz a alguém que não queremos olhar para a cara dele, nem queremos ter ninguém como ele na nossa vida, porque a única coisa que sentimos é desprezo e raiva e dias depois se recebe flores com um cartão a dizer que somos lindas, algo de muito grave está a acontecer. Pesquisei na net. Fóruns, blogs, sites sobre o assunto. Falei com o Dr. J.
E sim, parece que tenho um stalker na minha vida.

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