Franjas longas

24 junho 2014
Resolvi fazer uma franja longa. Ou melhor, perante a minha indecisão a cabeleireira sugeriu-me uma franja longa à qual eu decidi dizer que sim. É verdade que a última vez que usei franja devia de ter uns cinco anos, e por isso não estou de todo habituada mas acho que algo de estranho se passa com esta franja. Seria suposto poder "pôr para o lado" caso não gostasse dela. E não gosto. Porque não cai bem. Não cai fluída como as franjas me fartei de ver na net e que tanto cobicei. Está muito "direita". Mas também não dá para disfarçar. Só colocando um gancho, o que me dá ar de menina de coro. "Ah e tal, mas tens de esticar para ficar bonitinha". Esticada não vejo um boi à frente. A história do "colocar de lado" serve para cabelos que não o meu, liso e fino que só ele. Como queixar-me de que quero o meu cabelo de volta não funciona, meninas de franjas longas alguma sugestão?
20 junho 2014

Ai que Azia!

17 junho 2014
Depois de um fim-de-semana muito bom, daqueles que apetece repetir, que sabe a verão, com calor, praia, festa, santos populares e boa companhia,  a derrota portuguesa deixa um grande amargo.
Estiveram mal, muito mal. Não reconheci a nossa selecção, nem a garra que lhe é tão conhecida. Atitudes desnecessárias (Pepe, ainda me vais explicar o que raio te passou pela cabeça), lesões inexplicáveis (que andam vocês a comer/fazer para logo no primeiro jogo ficarem com os músculos em frangalhos?), atitude irreconhecível.
Perdi o entusiasmo...

A sorte é que sou uma gaja com sorte

11 junho 2014
Olhar para um post-it na agenda, com "ter uma ideia brilhante para a tese" escrito e sublinhado, durante três dias funciona! Orientador já concordou. Parece que a tese está finalmente ongoing! É deste minha gente! É desta!

Ah, e o bilhete perdido para a corrida também já foi resolvido. Venham de lá essas dores nas pernas!

O que é um Stalker - parte II

Depois do episódio das flores resolvi pesquisar o assunto. Fiquei assustada. Podia estar a ser perseguida e não sabia. Pesquisei e fiquei de queixo caído quando li as estatísticas. De acordo com o site da APAV, tudo o que se passa comigo faz parte do comportamento típico de um stalker. É assim que eles começam e achar que ignorar vai fazer tudo acabar por cair no esquecimento, é o primeiro passo para colocar a nossa segurança em risco. Bolas, eu dei por mim a olhar por cima do ombro quando saía do trabalho. Nos primeiros dias a seguir ao episódio das flores, conduzia a olhar constamente pelo vidro retrovisor para tentar perceber se estava a ser seguida. Parecia que estava a viver um filme!
Há pessoas que são perseguidas durante anos. Anos e anos a fio! 32% da população portuguesa é ou já foi vítima de stalking, 75% já recebeu mensagens exageradas de afecto. A maioria por parte de ex-companheiros mas existem muitos casos por parte de desconhecidos. Pode ser um amigo, um vizinho, um colega de trabalho, alguém com quem tenham contactado por motivos profissionais. Nem todos os stalkers são necessáriamente violentos, podem ser apenas uns grandes chatos que não nos largam, mas não vale a pena esperar para ver. Infelizmente, a polícia em Portugal nada pode fazer nestes casos. Só há intervenção das autoridades em caso de ameaça à integridade física, basicamente depois de levarem uma sova ou uma facada. É triste mas é a lei que temos. 
O que me aconselharam a fazer: 
      - Guardar tudo o que tenha dele: sms, emails, cartões, etc. Podem vir a servir de prova caso a situação se agrave.
      - Avisar as pessoas que me rodeam: amigos, família, colegas de trabalho. É mais seguro se toda a gente estiver alerta, para além de que impede que alguém lhe passe informações pessoais minhas.
      - Não o enfrentar! Até pode parecer um lingrinhas a quem nós damos 10 a 0, mas nunca se sabe se terá uma arma.
      - Assim que entrar no carro, trancar imediamente as portas e variar o percurso até casa e a rotina diária.

O meu caso é dos mais suaves. É apenas um grande melga, que não sabe receber um não, que está em desespero por não obter resposta e acha que me vai vencer pelo cansaço com tanta mensagem. Mas não posso ignorar. Tenho de colocar "a boca no trombone". Pela minha segurança. Por todas as pessoas (não é exclusivo das mulheres) que não sabem como dar voz à sua dor. Porque pode parecer algo muito simples, mas mexe com o nosso dia-a-dia, mexe com o nosso sistema nervoso, mexe com a nossa segurança. Eu fiquei-me pelas insónias mas mesmo sem violencia física, os efeitos físicos e emocionais na vítima são devastadores: náuseas, dores de cabeça, distúrbios de apetite, exaustão, ataques de pânico e ansiedade, e em casos mais graves depressão, perturbação de stress pós-traumático, tentativas de suícidio, entre muitos outros. Não podemos fechar os olhos e achar que só acontece aos outros, porque não acontece, porque pode estar mesmo ali ao lado.

O que é um Stalker - parte I

10 junho 2014
Lembram-se deste post?

Na altura não queria falar muito sobre o assunto porque nem sabia muito bem o que iria acontecer, mas passado um mês a história continua.
Nunca pensei encontrar na vida alguém assim ou ter de passar por uma situação como esta. Todos nós já nos cruzámos com alguém que não sabe aceitar um não, que não aceita que o contrariem, que não sabe lidar com a frustação da vida. Mas quando isto adquire contornos doentios, toda a situação atinge um outro nível. Raros são os dias em que os media não falam sobre alguma mulher que foi vítima de violência por parte do ex-namorado ou do ex-marido. Muitas de nós abanamos a cabeça, sentimo-nos consternadas, mas seguimos com a nossa vida. Não nos conseguimos aperceber do quão assustador pode ser, até que nos acontece a nós.
Não se trata de um ex, nem nada que se pareça. Apenas alguém com quem me cruzei, com quem troquei algumas palavras e pensei "quem sabe um dia possamos vir a ser amigos". Mas mais nada. O rapaz engraçou comigo de tal maneira que não consegue perceber que não estou interessada.
É dificil ter de colocar "no papel" estas situações. Inicialmente pensei que apenas tinha encontrado alguém muito carente, com poucos amigos e que queria à força ser meu amigo. A maneira de estar na vida dos dois é muito diferente, pelo que a definição de amizade também se demonstrou ser muito diferente. Nunca fui de colocar de parte pessoas que são mais solitárias, ou mais carentes, ou simplesmente diferentes de mim. Acho que todos nós somos diferentes, todos nós temos coisas boas e coisas más, todos nós merecemos uma oportunidade. Mas da mesma maneira que respeito a maneira de ser e de estar dos outros, espero que respeitem a minha. 
O envio de sms começou a ser mais do que frequente, redes sociais nem se fala. Cobrava o não responder, cobrava o não lhe dar a atenção que queria, cobrava o não ser a amiga que ele desejava. Inicialmente tentava explicar-lhe que estava a exagerar, que assim não dava, que eu tinha uma maneira de estar diferente, tudo de uma maneira suave, para não magoar. Percebi que não ia longe ao ser simpática. Fui má. Fui muito má. Maltratei-o como nunca fiz com niguém (nunca pensei ter esta veia de bitch em mim). Só servia para vir pedir desculpas e dizer que ia mudar, que me ia respeitar mas que eu não podia deixar de falar com ele. Durava 2 ou 3 dias e voltava ao mesmo. Passei a ignorar. O desespero por parte dele aumentou e consequentemente as sms. Ao fim de umas semanas nisto, resolvi comentar o assunto com algumas pessoas numa tentativa de alguém ter uma ideia luminosa que me ajudasse a mandar o rapaz seguir a sua vidinha. Todos diziam "Ignora que isso passa". Até que alguém me disse "Não! Não ignores! Isso é o começo de stalking." Não sabia muito bem o que era, achei que associar o termo ao que me estava a acontecer era puro exagero. Até que comecei a receber flores no meu local de trabalho. Quando se diz a alguém que não queremos olhar para a cara dele, nem queremos ter ninguém como ele na nossa vida, porque a única coisa que sentimos é desprezo e raiva e dias depois se recebe flores com um cartão a dizer que somos lindas, algo de muito grave está a acontecer. Pesquisei na net. Fóruns, blogs, sites sobre o assunto. Falei com o Dr. J.
E sim, parece que tenho um stalker na minha vida.

Coisas da Psicologia #15

05 junho 2014
Esta coisa de se ter o tico e o teco completamente baralhados é uma merda. 
Deixamos de ser nós mesmos e passamos a ser uma pessoa que não reconhecemos. Que os outros não reconhecem. Há quem peça colo. Há quem chore baba e ranho. Há quem se faça de vítima. Perdemos amigos. Perdemo-nos a nós. Tudo fica diferente. E nada volta ao sítio. Nada volta a ser igual.
Perdi-me. Isolei-me. Fechei-me para conseguir lamber as minhas feridas. Não quis ver ninguém. Não quis estar com niguém. Não me reconhecia. Não sabia estar comigo. Não sabia estar com o mundo. Semanas e semanas a fio, meses e meses a fio, em que as noites eram passadas a chorar até adormecer, em que o álcool dava uma ajuda quando o sono teimava em chegar, em que levantar de manhã era pior que tortura e se evitava olhar ao espelho a cara inchada e deformada das noites mal passadas. Quando não fingia que trabalhava, fechava-me em casa à espera que a vida passasse. Farta de mim, farta do mundo, fazia bolos. Céus, tantos bolos que eu fiz considerando que nunca gostei de cozinhar. Mas era a única maneira de não pensar em mim. Fugi de tudo e de todos. Precisava de o fazer. Foi a maneira que encontrei de lidar comigo e com os meus sentimentos.

E como se explica tudo isto a quem está de fora? Como se diz: "Continuo a gostar muito de ti, mas agora não te consigo ver. Vais ter de esperar só um bocadinho ou muito, não te sei dizer, até um dia destes. Tem paciência comigo, já que eu não tenho". Como se explica? Como se evita que as pessoas sigam a vida delas e não se esqueçam de nós? Não se aborreçam de nós?

Há um ano atrás tudo estava muito, muito negro. Se me dissessem que hoje estaria onde estou, nunca teria acreditado. Mas muito trabalho e muita paciência do Dr. J. depois, tudo começa a voltar ao "normal". Diferente mas "normal". Porque nada volta a ser como antes. Perdemos partes de nós, encontramos outras. Perdemos pessoas. Perdemos momentos. Os valores mudam do dia para a noite. Há coisas que não se recuperam. Isso dói quase tanto como não estarmos bem. 


Tu, S. Maria, só mesmo à chapada

Depois de 3 anos a tentar inscrever-me na corrida Marginal à noite e nunca conseguir por estar sempre esgotado, este ano quando finalmente consegui, o que resolvi fazer? Perder o bilhete....

Abaixo a Depuralina!

Se oiço mais um anúncio que seja da Depuralina, espanco alguém. Não há estação de rádio que se safe. Irra!

Cenas e coisos do ginásio #2

04 junho 2014
Entro no gym. Encho a garrifinha de água para não desidratar. 15 minutos de passadeira. Fim do exercício vamos lá beber um bocadinho.
Mãos de manteiga aliadas à lei de murphy que rege a minha vida: deixo cair a tampa da garrafa que rebola para debaixo das máquinas.
Cenas tipicamente minhas, as quais só me apercebo tarde demais: de gatas e rabo pró ar, em plena sala de musculação, em busca da tampa perdida. Estica braço, espreita para debaixo da máquina, muda de posição. Nada. Tampa completamente inacessível, desisto e levanto-me.
Olho em redor para me aperceber que sou o centro das atenções (caraças do ginásio que é pequeno) e desta vez não é da creche (oh boy!), que tenta perceber o que se passa.  Enfardo o que resta da garrafa e decido que atingi o limite máximo de figuras tristes diárias.


Coisas da Psicologia #14

03 junho 2014

Sentimento do dia..


Justino filho, isto foi demasiado intenso

02 junho 2014
Sobrevivi às 80 mil pessoas que ocuparam o parque da bela vista ontem à noite no Rock in Rio. Cantei, pulei, dancei, tive energia para dar e vender. Isto é tudo muita giro... quando se pode dormir no dia seguinte e não é preciso ir trabalhar. Tenho quatro horas de sono em cima e só consigo pensar na dor de pés, de pernas (o malfadado joelho) e de costas. Bebi duas cervejas e sinto-me desidratada como se tivesse apanhado uma tosga descomunal. Fosgasse, tou velha para isto. 

No entanto o saldo foi bastante positivo, embora Mr. JT, cantaste mas não encantaste. Espectáculo do camandro, danças que te fartas, não cantas mal mas...tinha de haver um mas...eu não paguei uma pipa de massa para ir ouvir musicas do Elvis ou do Michael Jackson percebido? 

Querida Jessie, só te posso dizer que bates forte cá dentro. Estavas um bocadinho despida. Queixaste-te do vento (quem olhasse para ti percebia que estavas um tanto ou quanto enregelada) e ias-te esbardalhando duas vezes em palco. (Até disseste que podias colocar o vídeo no Youtube se acontecesse). Podias ter-te abanado menos, vi a tua patareca demasiadas vezes. Mas abraçaste o público, fizeste chorar quem estava à frente, colocaste o cachecol de Portugal ao pescoço e fizeste adeus a quem passava no slide porque achaste "cool". E cantas! Cantas mesmo!

Ao menino do hip-hop. Valha-me Nossa Senhora! Só tenho uma coisa para te dizer: "Oh meu! Que é que tu andaste a snifar antes de entrar em palco pá?!"

Ah! E o Jorge Palma estava sóbrio. Mesmo! Percebi tudo o que cantou. Um feito histórico.

Aos senhores do metro, um dedo do meio para vocês. Metro fechado em dia de  festival é puro mete nojo. 
Aos fofuchos da CP, um comboio é um tiquinho grande para ficar desaparecido em combate não acham? Vamos dividir a conta do taxi pelos três?

Já bebi dois cafés e não tarda vou para o terceiro. Só consigo pensar na minha cama e no quanto quero dormir. Depois olho para a minha agenda e apetece-me cortar os pulsos.