Se snifarem cenas estranhas, não tentem fazer compras a seguir

15 maio 2014
Final do dia de trabalho, fila da caixa do supermercado, eu com carrinho cheio e a gaja estúpida que nem uma porta  senhora que ia à minha frente, com ar de tia de cascais que passou o dia na praia a fumar umas ganzas cansaço e óculos escuros.

Começou por colocar as suas coisas no tapete rolante. Deixa-o andar um bocado e quando eu já ia de abacaxi na mão, pronta para colocar as minhas compras, atira a mala de mão e o seu micro saco da ZARA no tapete e vai-se sentar na cadeira da caixa do lado, com ar de quem está prestes a morrer. (Conseguir o bronzeado que ela apresentava dá trabalho minha gente! Especialmente quando a época balnear ainda mal começou).
Lá me resignei, e o abacaxi voltou ao carrinho. O tapete avança. A dita senhora levanta-se, pega na mala para procurar sabe-se lá o quê e eu pensei "é desta!". Abacaxi em cima do tapete rolante, viro-me 30 segundos para pegar no resto das compras e a gaja estúpida e vesga que nem uma porta porque continua de óculos escuros postos querida senhora afinfa-me com a mala em cima do abacaxi e volta a sentar-se na cadeira à espera da vez dela. Bufei cinquenta vezes sem resultado. Percebi que pelo estado de coisas a mais na veia e estupidez natural cansaço da senhora, achei que não valia a pena refilar ou só ia aumentar ainda mais a fila que se formava atrás de mim e nem tão cedo eu me iria livrar daquilo. Calmamente, lá fui eu em socorro do meu abacaxi quase a morrer sufocado debaixo da mala da madame
Chega a vez dela. Depois de mais de cem euros somente em produtos de beleza (nem uma folhinha de alface à mistura para tentar disfarçar) chegou a altura de pagar. E aviso já que estamos a falar de produtos de hipermercado, nada de marcas caras, portanto com mais cem euros vejam a tralha que ela para lá levava. Assim que abriu a boca para falar com quem a atendia,  pensei "Oh Maria, tu andaste a snifar qualquer coisa antes de vires para cá ou é impressão minha?", tal não era a trapalhada que para ali ia. 
Ora bem, então é preciso pagar e se as malas das senhoras já são por norma atulhadas de quinquelharia que muitas vezes não nos serve para coisa nenhuma difíceis, imaginem terem de procurar alguma coisa de óculos escuros postos. Desde ter despejado a mala em cima dos sacos das compras (dentro dos quais perdeu metade do conteúdo da mala) para encontrar a carteira, a ter tentado pagar com um cartão que parecia tudo menos um cartão de um banco, aquilo foi uma festa. E claro, sempre de óculos escuros postos, que aquilo ali pelas bandas dos hipermercados é cá um sol e umas luzes estranhas que nos encandeiam a vista. Escusado será dizer que ainda teve de voltar atrás em busca de sacos esquecidos.

Sabem aquela do "se beber não conduza"? Pois, é algo do género.

P.S. Quando chegou a minha vez, o rapaz da caixa teve pena do meu abacaxi, colocou-o num saco sozinho e disse-me que era para ir "direitinho".

0 comentários: