Coisas da Psicologia #12

08 maio 2014
Viver uma relação aos 20 anos não é a mesma coisa que viver uma relação aos 30, da mesma maneira que é diferente aos 40 ou aos 50 anos. A maturidade é diferente, a maneira de estar na vida é diferente, aquilo que queremos para nós e da vida é diferente, as experiências passadas (e as desilusões) são diferentes e por isso as nossas expectativas também.
Mas e o friozinho na barriga? O entusiasmo? O amor à primeira vista? O deixarmo-nos levar? O desejo? A paixão? O sorriso estúpido na cara quando o telefone toca? A química? Será que isto também é diferente?
De acordo com o Dr. J. sim, é diferente. Apaixonarmo-nos com esta leveza de espírito, as borboletas no estômago, o nervoso miúdinho, o querermos estar juntos sem mais nada importar vai-se perdendo com a vida, com as más experiências, com o crescer. A partir de uma certa idade esperar sentir o friozinho na barriga quando se encontra alguém, é apenas colocar as expectativas demasiado elevadas e a probabillidade de sairmos frustados ser maior. Porque estamos mais magoados, porque nos tornamos mais desconfiados, porque a entrega inicial se torna diferente.
Mas será mesmo assim?
Não sei se concordo com isto. É verdade que as relações se constroem, que o amor cresce muitas vezes onde inicialmente não havia nada, que tantas outras vezes a paixão inicial não significa mais do que isso mesmo uma paixão inicial. Mas abdicar das borboletas, da paixão, da atracção à primeira vista, não será uma maneira de nos acomodarmos? De aceitarmos algo "morno" porque não vamos conseguir melhor? Porque dá trabalho? Porque significa ficarmos sozinhos algum tempo até encontrarmos o "bom" quando o "assim- assim" está logo ali? É verdade que o "assim-assim" pode melhorar e o "bom" se tornar péssimo. Mas não será isto baixar os braços e deixar de tentar ser feliz?

Dá que pensar...

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