Nada melhor que ir abanar o rabo para afogar as mágoas. Há muito tempo que não abanava tanto o meu xiquinho. Melhor mesmo é ter uma instrutora que se ri à gargalhada dos nossos abanos e fica muito pouco contente se não se abana como deve de ser. Para não falar do gangnam style. Sim, isso mesmo que estão a pensar. É ver cerca de 20 caramelas (vá, 19 caramelas e 1 caramelo) a fazer figurinhas. A seguir danças africanas e kizomba. O abano era tanto que por momentos pensei que ia desconjuntar qualquer coisa. Limitei-me a afanar um joelho (a merda dos 30 a trazer caruncho). Safou-se o mambo, o samba e a salsa. Afinal aquilo não é zumba, é sh'bam. Fomos enganados, zumba só mesmo no nome. O zumba para além do abano tem o roça-roça e mais não sei o quê à mistura, mas a instrutora não gosta disso. Claramente não quero imaginar se ela gostasse. Visão do demo!
A minha colega do lado costuma ser uma rapariga de cor, muito provavelmente com raízes africanas, e isto para ela é peanuts. É vê-la dançar com suavidade e ritmo e aquilo sai que é uma beleza. Eu, é ver-me a desfrangalhar por ali afora e mesmo assim fica muito a desejar. O xico é pequeno e sumido por natureza. Não há competição possível.
Perco litros de água naquela aula e fico vermelha que nem um tomate como se tivesse corrido a maratona. Tento não abater à chapada uma senhora que lá vai de vez em quando e não pesca nada daquilo. Se rodamos todos para a direita, ela roda para a esquerda. Passamos a vida a dar encontrões fofinhos e amorosos.
Tentei ir alegrar as vistas à zona de musculação. Senti-me a educadora num jardim de infância. Era dia de creche e esqueceram-se de me avisar, tal não era a quantidade de barba rala que por ali andava.
Resignei-me e fui enfardar um hamburguer. E desculpem lá, mas sim, eu ainda me posso dar ao luxo de comer estas coisas.