Sempre fui uma rapariga independente e sem problemas em estar sozinha. Sempre fui capaz de ir ao cinema ou jantar fora sozinha, sem medo dos olhares dos outros.
Mas hoje, em busca de um bom sushi para comer no conforto do lar, eis que após o pedido, quando a empregada me pergunta se são dois conjuntos de pauzinhos e duas doses de molho de soja dei por mim a responder um tímido sim. Fiquei sem coragem para admitir perante todos aqueles pares de olhos que sim, que aquilo tudo era só para mim, que sim, que iria comer sushi de pijama vestido a ver o National Geographic no canal 2, que sim, que iria estar completamente alone em casa, enquanto dezenas de casalinhos se sentavam nas mesas em volta.
Enquanto olhava para o molho de soja e para os pauzinhos e pensava no que raio me teria passado pela cabeça e se finalmente a idade me iria bater e eu iria começar a sentir-me verdadeiramente uma solteirona, quando entra uma loiraça toda produzida e no seu ar mais que constrangido pede uma mesa para um. Sai de fininho e a pensar que afinal não sou a unica.
E ir ao cinema sozinha? É uma tanga! Olham para nós comos se fossemos uns seres super estranhos!