As crises existenciais costumam acontecer ou na adolescência ou na meia idade. Eu não tive a minha crise de adolescente como as pessoas normais, sempre tive a mania de ser muito sabichona e de saber muito bem aquilo que queria (ou pelo menos aquilo que não queria). Mas já a minha mãe dizia que toda a gente tem a sua, uns mais tarde que outros e que eu não iria ser diferente. Não querendo desmentir a minha mãe nem guardar tudo para a meia idade ou ninguém me atura, resolvi tê-la agora. Pois é. Achei que era uma boa altura. Juntando à depressão pós-férias, à dor de corno de ter sido trocada que não me larga à quase meio ano e à sensação de não tardar estar a aumentar as estatísticas do desemprego, achei mesmo que era uma boa altura. Assim vai tudo a eito e em vez de dois vão logo quatro ou cinco coelhos de uma cajadada só. Ora, uma crise existencial significa dúvidas, dúvidas e mais dúvidas. Se vou chegar a alguma conclusão? Who knows?? Aguardam-se as cenas dos próximos capítulos.